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Linha do Tempo

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          LINHA DO TEMPO

 

                                Analisando os dados referentes à infância dos alunos e a de seus familiares, é possível perceber a preferência pelas bonecas, tanto no que se refere aos brinquedos que possuem atualmente, como no que possuíam seus familiares. As bonecas também aparecem na preferência das brincadeiras, além disso continua sendo objeto de desejo de grande parte dos entrevistados.

                              A bola , nos dados referentes aos brinquedos que têm ou tinham, aparece com índices muito próximos.

                               Chamou-me atenção o fato de brincadeiras como pega-pega e esconde-esconde, no gráfico de brincadeiras preferidas dos alunos aparecerem com índices bem superiores aos de seus pais. Assim como a preferência por super heróis das crianças atuais.

 

Retomando a análise dos dados, no que se refere as semelhanças e diferenças que constatei:

 

                     Apesar do tempo transcorrido entre as infâncias dos alunos e de seus responsáveis, acredito que a família continua educando meninos e meninas de forma bem diferenciada: a menina ainda é vista como uma  futura mãe, o menino em compensação não é criado para ser um pai. Desde bebês presenteamos nossas filhas com bonequinhas e aos nossos filhos oferecemos bolas e carrinhos. Desta forma passamos as nossas meninas este  "tal instinto materno" que descobrimos, por intermédio da cadeira de Escolarização, não ser inato. É claro que contamos com o apoio das indústrias, que produzem bonecas cada vez mais semelhantes ao ser humano e com a mídia, que nos sensibiliza a ponto de nos endividarmos para realizar o sonho de consumo de nossas pequenas.O sonho delas ou os nossos? Quando minha neta nasceu, meu filho, dindo da Júlia, me fez prometer que eu não compraria bonecas a ela, deveria ser ela a escolher seus brinquedos, sem a nossa interferência. Resultado: a Júlia não tinha seis meses e ganhou do dindo uma boneca maior do que ela.  Nossos costumes estão arraigados. 

                       Nossos alunos passam grande parte de seu dia tendo a televisão como única companhia, confinados em residências cada vez menores, ao depararem-se com espaço amplo e companhia, sentem necessidade de atividades onde possam liberar toda a energia acumulada. Acredito que isto também é decorrência das mudanças em nossa cultura. Os pais passavam a seus filhos o gosto pelas bolitas de gude ou a confecção de pipas, pandorga no meu tempo. Lembro que meus vizinhos ficavam horas puxando um carrinho por uma cordinha. Os tempos mudaram, os carrinhos ganharam motores e não é possível mais soltar pipas por causa dos fios da energia elétrica. As crianças com poder aquisitivo maior utilizam laptop ou computadores para liberarem suas emoções, aqueles que não possuem condições para isso encontraram nessas brincadeiras uma forma de diversão onde não há necessidade de investimentos financeiros.

                    Quanto aos super heróis, acredito que a mídia é uma das responsáveis por esta preferência. Neste ítem, poderia utilizar o sentimentalismo, piegas talvez, e afirmar que os pais eram os nossos super heróis. Hoje estão longe disto, desempregados ou mal remunerados, inseguros ou desestruturados emocionalmente, geram e não sabem o que fazer com os rebentos e em grande parte sem convivência com os filhos. Como sempre tivemos necessidade de nos espelhar em alguém, um super herói recheado de super poderes é um prato cheio para nossos pequenos.              

                              

Comments (3)

Anonymous said

at 4:54 pm on Aug 13, 2007

Joci, querida! O que mais podes ver nos três gráficos? Levantaste algumas semelhanças, mas não arriscaste uma explicação? Dizes também que chamou tua atenção o fato de brincadeiras como pega-pega e esconde-esconde, no gráfico de brincadeiras preferidas dos alunos aparecerem com índices bem superiores aos de seus pais. Assim como a preferência por super heróis das crianças atuais. Que explicações darias para essas diferenças? Será que podes voltar ao teu texto buscando aprofundá-lo um pouquinho mais? Abra@os, Iris

Anonymous said

at 6:24 pm on Aug 14, 2007

Posso sim, na verdade, ia colocar minha opinião a respeito...tive receio que ficasse na área do achômetro e que não seria esta a finalidade. Mas confesso que precisei me conter para não escrever o que pensava sobre estas semelhanças e diferenças. Quero aproveitar para agradecer muuuuito a ti e a Bea, por serem tão gentis mesmo quando minhas atividades deixaram a desejar. Fico torcendo para que eu consiga concluir este curso e para que vocês prossigam conosco até o final. Talvez Freud explique, rs, mas são vocês que nos dão segurança! Um grandioso abraço! Joci

Anonymous said

at 1:58 am on Aug 15, 2007

Joci, querida! Tinhas muito a dizer, não é mesmo? Valeu a pena. Fiquei pensando no que colocaste sobre o dar ou não dar bonecas às meninas e na descoberta que fizeste sobre o "instinto maternal". Há uma tendência a acharmos que o brincar de bonecas de alguma forma "conforma" as meninas a esta função e aí lembrei das estarrecedoras estatísticas de nosso país que mostram que o número de mulheres que chefiam e mantém famílias sozinhas vem crescendo consideravelmente. O interessante é que mesmo ganhando menos que os homens estas mulheres tem uma preocupação maior com gastos relacionados a habitação, vestuário, higiene, saúde, educação, cultura e serviços pessoais, enquanto que nas famílias chefiadas por homens a preocupação maior é com gastos com transporte, aumento do patrimônio, alimentação e outras despesas correntes. Fiquei pensando se "brincar com bonecas" de alguma forma ajuda a garantir que, mesmo na adversidade, as crianças continuem a contar pelo menos com suas mães, talvez preparadas para assumir esta função desde a primeira boneca. Abra@os, Iris

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